Helio Castroneves “lota” o pódio em Daytona ao vencer a Rolex 24
3 de fevereiro de 2021Piloto brasileiro correu pela Wayne Taylor Racing a bordo do velho conhecido ARX-05 da Acura
Por Américo Teixeira Junior
Muita gente percebeu a cena. Enquanto estava no pódio de Daytona, enrolado com a bandeira brasileira como se fosse a capa de um super herói, Helio Castroneves olhava constantemente para o celular.
O que poucos sabem é que o vencedor da 2021 Rolex 24 at Daytona usava o recurso de imagem para dividir o pódio com pessoas muito importantes para ele, entre eles a esposa Adriana, o pai Helio, a mãe Sandra e a irmã Katiúcia.
“Hoje estou realizando um sonho antigo e, tenho certeza, toda essa galera estaria aqui se não fosse a pandemia, então, usei o telefone para que eles estivem aqui comigo, no pódio”, explicou o piloto.
“Ela estava tão feliz que parecia aquele menininho do kart em Jaú”, destacou Castroneves Sênior, que viu a prova pela televisão em Ribeirão Preto (SP), lembrando a primeira vitória do filho no kart, em 1988, na cidade de Jaú, interior de São Paulo. A comparação fazia sentido, pois a explosão de felicidade foi semelhante, mesmo passados 32 anos desde a primeira e até a vitória do domingo, 31.
Parecia Jaú
Três vezes vencedor da Indy 500 e dedicado perseguidor do quarto triunfo em Indianapolis, Castroneves ainda não havia vencido em Daytona e o desejo só crescia ante a aproximação desta sua quarta participação consecutiva.
Nas três provas anteriores, na condição de titular do Acura Team Penske, chegou a comemorar o pódio em 2019, mas as de 2018 e 2020 foram marcadas por dificuldades.
Verdade que foram coroados de êxito os três anos competindo pela equipe de Roger Penske no IMSA WeatherTech SportsCar Championship. A cereja do bolo foi o título do ano passado, ao lado do teammate Ricky Taylor, em Sebring, justamente na corrida que marcou sua despedida da Penske após 21 anos. Mas faltava Daytona …
O convite de Wayne Taylor para compor o quarteto de sua equipe representou nova chance para Castroneves lutar por esse objetivo. Apesar de estar estreando numa nova equipe, era como estar em casa. Afinal, as três temporadas correndo com Ricky fizeram com que ele se aproximasse muito da família Taylor. Apesar de equipe adversária, várias foram as vezes em que Wayne foi o primeiro a abraçar seu filho e o brasileiro em vitórias da Penske.
Outro fator importante foi o carro. Ao término da parceria da Acura com a Penske, um dos carros foi para a Wayne Taylor Racing e quiseram as circunstâncias que Helio e Ricky pudessem reviver a parceria no mesmo carro com o qual se consagraram. Alexander Rossi e Filipe Albuquerque, astros da IndyCar e WEC, respectivamente, fecharam o quarteto.
Entrosamento, conhecimento técnico, comunicação eficiente e o clima familiar e tranquilo da equipe compuseram um cenário vitorioso, corroborado pelas atuações dos quatro pilotos na pista. Assim, mesmo diante dos embates de tirar o fôlego com Mazda e Cadillac, a equipe obteve vitória história no Daytona após 807 voltas e tempo total de corrida em 24h00min14s673.
Depois de muito festejar e “levar para o pódio” pessoas que lhe são caras, Castroneves não dirigiu de volta para sua casa em Fort Lauderdale, também na Flórida. No trajeto de pouco mais de três horas, enfim relaxou e só conseguiu respondeu apenas parte das quase 300 mensagens recebida no celular.
“Foi um sonho realizado, não estou nem acreditando. Uauuu!”, exclamou o piloto, agora com seu inseparável “novo amigo”, o relógio Rolex que tem peso do anel de Indianapolis. Um e outro só são ofertados para vencedores dessas provas míticas. E Castroneves tem três anéis, um relógio e contando …